A Confederação da Indústria Portuguesa passou a admitir no seu estudo a hipótese "Portela+1", defendendo que a opção Alcochete deveria ser o outro aeroporto de Lisboa. José Manuel Viegas, um dos autores do estudo disse que esta opção não foi anteriormente analisada porque era necessário dar credibilidade à opção Alcochete.
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O estudo encomendado pela Confederação da Indústria Portuguesa passou a incluir como viável a hipótese "Portela+1", sendo que o aeroporto de apoio seria um a construir em Alcochete.
Em declarações à TSF, um dos autores deste estudo defendeu que, no primeiro estudo encomendado pela CIP, o importante era dar credibilidade a hipótese Alcochete sobre a Ota, razão que justificou que a opção "Portela+1" não fosse então analisada.
Contudo foi depois necessário analisar uma opção para aliviar a anunciada saturação do aeroporto da Portela, uma solução que o especialista José Manuel Viegas, ouvido pela TSF, entende que poderá ser mais facilmente conseguida através da opção Alcochete.
«Pela facilidade de construção em Alcochete e por não ser preciso expropriar terrenos, Alcochete oferece a melhor opção como solução de alívio. Pode muito rapidamente ser constituído aquilo a que se chama um 'aeroporto inaugural', uma coisa relativamente simples, mas que é colocada como primeira fase de uma configuração mais completa no futuro», explicou.
Na perspectiva deste especialista, o aeroporto a construir em Alcochete poderia vir, a médio prazo, a tornar-se o aeroporto mais importante de Lisboa, uma opção que continuaria a ter como apoio a actual infra-estrutura da Portela.
«Aparentemente é útil porque se pode fazer uma segmentação de mercado e ter aqui na Portela voos apenas para os destinos europeus relativamente próximos e num segmento de mercado mais elevado e com garantias de qualidade mais fortes», acrescentou.
No que toca à viabilidade económica da Portela, José Manuel Viegas considera que este problema tem essencialmente a ver com o concessionário que vier a ser escolhido.
Neste cenário, a Portela seria essencialmente utilizadas pelas companhias "low-cost", contudo, segundo José Manuel Viegas, também outras companhias poderiam voar para este aeroporto para eventualmente poder baixar os seus preços.
O estudo da CIP, que deverá estar pronto em Setembro, deverá ser tido em conta na análise comparativa que o Governo pediu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Entretanto, em declarações ao Diário de Notícias, o Ministério das Obras Públicas recusa a possibilidade da existência de dois aeroportos a funcionar em simultâneo, devido à falta de viabilidade económica.