A ETA militar anunciou em comunicado que vai colocar um ponto final nos atentados contra os políticos eleitos em Espanha. Numa nota enviada a dois jornais bascos o movimento separatista explica que a situação política mudou.
Corpo do artigo
O comunicado refere em concreto a dissolução do Pacto Anti-Terrorista entre o PSOE e o PP, o fracasso da estratégia para ilegalizar o Batasuna, considerado o braço político da ETA e refere os esforços que estão a ser feitos para encontrar uma solução democrática para o conflito.
O Governo espanhol mostrou-se aberto ao diálogo desde que a ETA abandone a luta armada.
Mesmo a terminar é dito no comunicado que cabe agora aos Governos de Madrid e Paris darem uma resposta positiva à vontade demonstrada nos últimos meses pela organização separatista basca.
Numa reacção a este comunicado, Fernando Sousa, do centro de estudos internacionais da Universidade Lusíada, encontra duas razões para esta tomada de posição da ETA.
«A primeira é uma atitude de maior abertura por parte do Governo socialista espanhol, a segunda é a constatação de que a ETA está a passar um momento difícil e não lhe resta muito espaço para outra atitude. Portanto aproveita a atitude conciliatória do Governo espanhol e procura camuflar a debilidade da organização», explicou Fernando Sousa.
Ouvido pela TSF o jornalista Rui Pereira, especialista em assuntos do País Basco, tem uma opinião diferente e diz que o Governo espanhol não deve desvalorizar a acção da ETA e contar com uma organização fragilizada.