Os EUA levantaram as taxas aduaneiras impostas sobre o aço. A decisão foi anunciada esta quinta-feira. A União Europeia considera a medida como «uma boa notícia».
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Os EUA anunciaram esta quinta-feira, 16 meses antes do previsto, o levantamento as taxas aduaneiras sobre o aço, impostas em Março de 2002.
Apesar da decisão, que evita ao país a aplicação de sanções retaliatórias por parte da União Europeia e Ásia, o governo norte-americano vai manter um sistema de ajuda aos produtores norte-americanos, através do licenciamento e acompanhamento das importações de aço para prevenir o risco de excesso de produto no mercado interno.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, a indústria do aço norte-americana aproveitou o tempo de aplicação das tarifas para se reestruturar e para se tornar mais competitiva.
«Por esta razão, o presidente estima que as tarifas cumpriram o seu papel pelo que podem agora ser suprimidas», anunciou o representante do Departamento do Comércio norte-americana, Robert Zoellick, também presente na conferência de imprensa.
«Boa notícia para a Europa»
A Comissão Europeia já reagiu à decisão norte-americana, considerando que estas são «boas notícias para a Europa».
Em conferência de imprensa, logo após o anúncio dos EUA, o comissário europeu para o Comércio, Pascal Lamy, avançou que a União Europeia vai suspender as sanções retaliatórias contra os EUA e que deveriam entrar em vigor dentro de 11 dias.
Segundo Lamy, a UE vai também levantar as suas medidas de salvaguarda contra países terceiros, medidas estas tomadas para impedir a inundação do mercado europeu.
De acordo com as contas do comissário europeu, a indústria do aço dos Quinze perdeu cerca de 15 por cento dos cerca de dois mil milhões de euros anuais conseguidos com as exportações de aço europeias para os estados unidos, desde a aplicação das tarifas norte-americanas.
EUA: Retaliação da UE não foi tida em conta
A decisão de pôr fim às tarifas aduaneiras foi tomada com base em estudos, que demonstraram que as tarifas já não são necessárias, e não no factor retaliação, avançou Robert Zoellick.
Em declarações aos jornalistas, o representante do Comércio norte-americano esclareceu que a ameaça de sanções retaliatórias por parte da União Europeia não teve qualquer impacto na decisão do governo de Geroge W. Bush.
Muito menos teve importância a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que, na semana passada, considerou ilegal a aplicação das tarifas, disse.
A União Europeia tinha em cima da mesa um pacote de sanções retaliatórias contra os EUA, no valor de 2,2 mil milhões de euros, para serem aplicadas caso o país não retrocedesse na sua decisão.
Também o Japão ameaçou aplicar sanções em produtos norte-americanos, no valor de 458 milhões de dólares.
As tarifas sobre as importações de aço foram impostas em Março de 2002 e deveriam expirar em Março de 2005. A medida foi justificada pelo governo norte-americano como necessária para ajudar a indústria siderúrgica do país a recuperar da grave crise em que se encontrava.