No Fórum TSF, o juiz desembargador Eurico Reis defendeu que as declarações de Pinto Monteiro sobre ter o telemóvel sob escuta não foram por acaso. O Juiz considera que o procurador quis forçar algumas mudanças.
Corpo do artigo
Eurico Reis defende que «o Procurador da República não é dado a lapsos, e portanto o que ele disse tinha mesmo o objectivo de romper o sistema e obrigar os deputados a pensarem sobre isto em vez de varrerem para debaixo do tapete».
Ouvido também pela TSF, José Miguel Júdice saúda a coragem do Procurador Geral da República. O antigo bastonário diz que Pinto Monteiro foi capaz de dizer publicamente aquilo que todos suspeitam.
«O PGR teve a grande coragem de dizer que o rei o vai nu. Toda a gente sabe que há escutas em Portugal. Toda a gente sabe que há escutas ilegais em Portugal. Toda a gente sabe que o Ministério público não funciona como uma estrutura hierarquizada», diz o ex-bastonário.
«Agora, o que nós achamos é que o PGR tem de usar o seu mandato para por ordem nas escutas telefónicas, e por ordem na diferença imensa entre procuradores que trabalham e procuradores que não cumprem o seu dever», sublinha Miguel Júdice.
José Miguel Júdice defende, assim, a necessidade de criar uma comissão para fiscalizar as escutas telefónicas para acabar de uma vez por todas com as escutas ilegais.