O Presidente da Comissão Europeia afirmou, em Bruxelas, que a Europa precisa de uma Alemanha dinâmica. Marques Mendes, o líder do PSD, tem esperanças na estabilidade. O BE está preocupado. Em Espanha, o primeiro-ministro afirmou que estas eleições representam a «derrota da direita».
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«Sem uma Alemanha dinâmica, a Europa não pode reerguer-se», explicou Durão Barroso, adiantando ter «esperança» que um Governo estável seja formado com brevidade.
«Em nome da Comissão Europeia, pressiono os dirigentes alemães a encontrarem uma solução estável o mais rapidamente possível»,
insistiu.
PSD tem esperança que se forme Governo estável
Em Portugal, o líder da oposição, o social-democrata Marques Mendes, felicitou a dirigente democrata-cristã alemã Angela Merkel pela vitória tangencial nas eleições legislativas de domingo, manifestando-se também esperançado na formação de um governo estável na Alemanha.
Marques Mendes alertou, contudo, para a «dificuldade» que os democratas-cristãos terão em formar o Governo, já que nem em conjunto com os liberais conseguem ter maioria absoluta.
BE preocupado
Por sua vez, o dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou o desfecho das eleições na Alemanha um «sinal de grande preocupação» para a União Europeia (UE) e para Portugal e um sintoma de «crise no projecto europeu».
«O sinal que é dado pela Alemanha é o de que a velha política está a morrer na Europa. É preciso um projecto generoso de transformação que atenda às prioridades da Europa, uma política social e económica que seja solidária», adiantou.
Espanha realça derrota da direita alemã
Quanto ao primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que o resultado das eleições na Alemanha constitui «um fracasso» para a direita alemã.
«A direita obtém um resultado muito inferior às suas expectativas. É um fracasso» para o campo político da candidata conservadora, Angela Merkel, declarou Zapatero em conferência de imprensa em Madrid.
Londres reagiu hoje extrema prudência ao resultado do escrutínio alemão, tendo um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, declarado simplesmente que é necessário «esperar para ver» o que se vai passar.
A ministra dos Assuntos Europeus francesa, Catherine Colonna, declarou por sua vez que as eleições alemãs «não são preocupantes», reiterando que a «relação específica, particular» entre Paris e Berlim não será afectada, qualquer que seja o futuro Governo.