O ex-director do programa da ONU para o Iraque, Petróleo por Alimentos, é acusado de ter aceite um suborno para autorizar lucrativos contratos com empresas petrolíferas. Uma comissão de inquérito independente já pediu a Kofi Annan o levantamento da imunidade de Benon Sevan.
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Os advogados de Benon Sevan já conheciam as conclusões do relatório da comissão independe, e aconselharam o ex-director do programa Petróleo por Alimentos a demitir-se da Organização das Nações Unidas.
Ontem, o cipriota Benon Sevan apresentou a demissão e atacou o secretário-geral da ONU acusando kofi Annan de o ter «sacrificado».
O anúncio da sua demissão, domingo, aconteceu um dia antes da divulgação oficial do relatório final sobre um escândalo de corrupção no programa.
O documento hoje divulgado acusa Sevan de receber cerca de 120 mil euros para aprovar contratos de petróleo com a empresa African Middle East Petroleum durante a década de 90.
O Petróleo por Alimento permitia ao governo de Saddam Hussein vender quantidades limitadas de petróleo para poder comprar alimentos e remédios para a população iraquiana.
Sevan continuava com imunidade
Sevan já estava aposentado da ONU, mas continuava registado como funcionário da organização e recebia um salário simbólico de 1 euro por ano para manter sua imunidade diplomática.
O relatório indica que Benon Sevan recebeu mais de 147 mil dólares (quase 119 mil euros) em dinheiro, para atribuir subsídios de petróleo à empresa African Middle East Petroleum, dirigida pelo egípcio Fakhry Abdelnour, um primo do antigo secretário-geral da ONU Butros-Ghali.