Os antigos trabalhadores da mina da Empresa Nacional de Urânio (ENU) deram um prazo e pouco mais de três semanas ao Governo, para responder às suas reivindicações. Os ex-funcionários exigem, entre outras coisas, serem submetidos a exames médicos periódicos.
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Reunidos sexta-feira à noite em plenário na Urgeiriça, Canas de Senhorim (Nelas), onde esteve sedeada a ENU, seis dezenas de trabalhadores decidiram exigir que, até 04 de Dezembro - dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros - lhes sejam dadas garantias de que os seus problemas estão a ser tratados.
Caso contrário, nesse dia, os trabalhadores vão manifestar-se em Viseu, junto às instalações da Segurança Social e do Governo Civil, e posteriormente avançar com uma acção judicial contra o Estado, que começará já a ser preparada.
«Se as coisas não melhorarem, vamos também manifestarmo-nos a Lisboa, no dia da tomada de posse da presidência da Comunidade Europeia», acrescentou António Minhoto, porta-voz da comissão de ex-trabalhadores.
Além dos exames médicos, os antigos trabalhadores da ENU (empresa de capital exclusivamente público) querem ter benefícios na idade da reforma e que as famílias dos que morreram com cancro recebam uma indemnização.
«O nosso trabalho era duro, por isso vamos ser duros na nossa luta. Não vamos desistir», frisou António Minhoto.
Durante o plenário, vários trabalhadores contaram a sua experiência ao serviço da ENU e lembraram os colegas falecidos, que estimam ser já cerca de 60.