O Banco de Portugal manteve, esta terça-feira, a previsão de crescimento de 1,2 por cento para a economia portuguesa em 2006. No entanto, alterou a composição desse crescimento, acreditando agora que as exportações vão ser praticamente o único motor de expansão.
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O boletim Económico de Outono divulgado pelo banco central mostra que o Produto Interno Bruto português deve crescer 1,2 por cento em 2006, valor igual ao do boletim de Verão apresentado em Julho.
No entanto, a melhoria das exportações líquidas (exportações menos importações) deve justificar 1,1 pontos percentuais desse crescimento, valor bem mais elevado do que o Banco de Portugal antecipava em Julho (0,3 pontos percentuais).
Assim, a procura interna (consumo mais investimento) vão apenas ser responsáveis por 0,1 pontos percentuais do crescimento português em 2006, quando em Julho a expectativa era de que esse contributo fosse de 0,9 pontos percentuais.
O banco acredita que exportações subam nove por cento este ano, mais 0,6 pontos percentuais do que o antecipado há quatro meses atrás, animadas pela recuperação das vendas de material de transporte, bens intermédios e de equipamento.
O consumo privado deverá crescer 1,1 por cento (menos 0,2 pontos percentuais do que o previsto em Julho) e o consumo público deve cair 0,2 por cento.
Com o consumo a crescer a um ritmo mais modesto, as importações não devem aumentar tanto, com a instituição presidida por Vítor Constâncio a antecipar agora uma subida de 4,0 por cento das compras ao exterior, contra os 5,7 por cento previstos em Julho.
Os novos dados do Banco de Portugal mostram ainda que o investimento deve voltar a cair em 2006, a um ritmo de 3,2 por cento, uma queda mais acentuada do que os 1,2 por cento antecipados anteriormente.
As previsões do Banco de Portugal são mais baixas que as do governo, que antecipa que o PIB português cresça este ano 1,4 por cento, depois dos 0,4 por cento verificados em 2005.
Além disso, mostram que Portugal deverá voltar a afastar-se dos seus parceiros da Zona Euro pelo quinto ano consecutivo, acentuando a diferença face ao nível de rendimento per capita dos europeus.