O reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, afirmou que a assembleia de quarta-feira «reforçou os pontos de união» entre os diferentes corpos da instituição, mas não se conseguiu um quorum para uma moção «pacificadora».
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Seabra Santos (na foto) adiantou aos jornalistas, à saída da reunião da assembleia, que por falta de quorum não se chegou a votar uma moção «pacificadora» apresentada pelo próprio reitor.
Mesmo assim, o responsável afirmou que o debate entre os representantes dos professores, estudantes e funcionários - que se prolongou por quatro horas - permitiu uma «grande aproximação de pontos de vista».
Seabra Santos manifestou também uma «esperança muito forte na coesão» da comunidade universitária.
A assembleia da Universidade de Coimbra (UC) foi convocada pelo reitor para analisar o momento conturbado que vive actualmente a instituição.
Cadeados contra as propinas
Os alunos decidiram segunda-feira, em assembleia magna, proceder a novo encerramento total das faculdades e departamentos da UC, nos dias 19 e 20.
Há uma semana, os estudantes fecharam a cadeados a Porta Férrea (entrada principal do edifício que integra a Reitoria e a Faculdade de Direito), em protesto contra a aprovação pelo Senado dos valores das propinas para este ano lectivo (453 euros) e o próximo (852 euros).
A entrada foi reaberta no sábado, por um grupo de trabalhadores, alegadamento em cumprimento de uma ordem do reitor. O protesto foi retomado um dia depois, com o encerramento a ser levantado na segunda-feira.
Reitor desdramatiza protestos
«As razões de ser do mal-estar (dos estudantes) não estão
dentro da Universidade», afirmou o reitor, considerando que a origem dos seus protestos são a Lei de Financiamento, já em vigor, e as leis de Bases e da Autonomia das Universidades, em discussão na Assembleia da República (AR).
Seabra Santos exortou o Governo e a AR a terem, desta vez, «mais atenção às posições das universidades» sobre os dois diplomas.
O reitor manifestou «fundada esperança em que as lutas dos
estudantes se concretizem no futuro» sem recorrer a cadeados, permitindo o livre acesso de todos os membros da UC às faculdades e departamentos.
O presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), interrogado pelos jornalistas sobre este assunto, admitiu que «começa a criar-se algum consenso» na comunidade universitária, mas não garantiu que os estudantes «recuem» na decisão, tomada em assembleia magna, de encerrar a Universidade nos dias 19 e 20.