A Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou, esta tarde, um novo corte nas taxas de juro, tal como os analistas esperavam. Uma descida de 0,75 pontos, com o objectivo de contrariar a crise que se faz sentir nos EUA.
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A reserva federal baixou a taxa de juro de referência para 2,25 por cento. Apesar desta medida com vista a promover o crescimento, limitar os problemas no mercado imobiliário e de crédito na economia real, a Fed considera que se mantêm os riscos de quebra do crescimento.
No comunicado divulgado após a reunião, a Fed explica que a informação mais recente indica que a situação económica continuou a deteriorar-se, com o crescimento do consumo a enfraquecer e o mercado de trabalho a mostrar problemas.
«Os mercados financeiros continuam sob considerável stress, e o apertar das condições de crédito e o aprofundar da contracção no mercado imobiliário vão enfraquecer o crescimento económico nos próximos trimestres», acrescenta.
Por isso, foi decidida esta descida, a maior redução do preço do dinheiro nos EUA desde 1984, altura em que Paul Volcker presidia à Reserva Federal e em que a taxa de juro estava nos 10 por cento.
Os últimos dados da inflação, relativos a Fevereiro, mostravam uma taxa nos 4,0 por cento, pelo que este corte tornou a taxa de juro real ainda mais negativa, significando que aumentou o incentivo para pedir empréstimos.
No final de Janeiro o Fed tinha cortado em 0,5 pontos percentuais à taxa de referência e o actual contexto de incerteza, combinado com o risco crescente de uma recessão económica, voltou a pressionar o banco central dos Estados Unidos a descer pela sexta vez, desde Setembro, o preço do dinheiro.
As taxas de juro na zona euro estão nos 4 por cento, praticamente o dobro do preço do dinheiro nos Estados Unidos.