A Feira do Livro vai ser adiada. A notícia surge apesar da Câmara de Lisboa, da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e da União dos Editores Portugueses (UEP) terem chegado a acordo para a organização desta 78ª edição, garante a autarquia em comunicado.
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Um comunicado da autarquia lisboeta garante que segunda-feira «será formalizado o memorando de entendimento», entre as partes.
«A inauguração da Feira do Livro de Lisboa fica adiada para data próxima, a anunciar também» no próximo dia 19, acrescenta o documento.
Em sentido contrário, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros assegurou à Agência Lusa que a reunião havia sido «inconclusiva».
De acordo com a direcção da APEL, «as negociações vão prosseguir durante o
fim-de-semana e as conclusões que, eventualmente, daí resultarem serão dadas a conhecer primeiramente aos associados da APEL, para que estes se possam pronunciar».
Uma das questões em análise era o subsídio de 200 mil euros prometido pela autarquia para a organização do evento, que está a cargo da APEL.
No centro da polémica em torno da Feira está o Grupo LeYa, de Paes do Amaral, que pretendia instalar no Parque Eduardo VII pavilhões de modelo diferente dos tradicionais.
Num memorando entregue hoje de manhã na autarquia, a APEL reafirmou estar aberta à inclusão daquele grupo editorial na Feira, «desde que se inscreva nas mesmas condições de todos os participantes», já que nunca esteve em causa um «regime de excepção» para a Leya.
A APEL requereu, entretanto, à autarquia a declaração de interesse público para o certame, remetendo para a Leya qualquer responsabilidade pela ausência de escritores editados pelo grupo, como Lobo Antunes, Mário de Carvalho ou Lídia Jorge.
A Câmara de Lisboa pediu esta semana à APEL, com carácter de urgência, explicações sobre a recusa em instalar os novos modelos de pavilhão na Feira do Livro, tendo os trabalhos de montagem chegado a estar suspensos por ordem da autarquia.