O médico Ferreira Diniz, acusado de 48 crimes de abuso sexual de crianças no processo Casa Pia, libertado hoje da prisão preventiva sob controlo da pulseira electrónica, pode voltar a exercer medicina de imediato, indicou a Ordem dos Médicos.
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O presidente do Conselho Disciplinar Regional do Sul da Ordem dos Médicos, António Freire Andrade, explicou à Agência Lusa que Ferreira Diniz pode voltar a exercer medicina, «desde que o juiz que o libertou não tenha posto como medida cautelar a interdição da prática clínica».
O advogado de defesa, João Nabais, garantiu que o juiz Rui Teixeira não aplicou a suspensão do exercício da profissão, pelo que o arguido pode voltar a exercer medicina de imediato.
Contra Ferreira Diniz, está ainda a decorrer um processo disciplinar que a Ordem dos Médicos lhe interpôs na altura da detenção.
Uma vez que ainda não existe despacho da acusação da Ordem dos Médicos, que poderá passar pela proibição do exercício da profissão, o arguido pode agora voltar a trabalhar.
A 07 de Fevereiro, o ministro da Saúde mandou instaurar um processo disciplinar a Ferreira Diniz, no seguimento de uma investigação realizada pela Inspecção Geral da Saúde.
A investigação foi desencadeada na sequência de notícias divulgadas pela comunicação social, em finais de Novembro do ano passado, sobre o alegado envolvimento de clínicos em actos de pedofilia.
Por decisão do juiz, Ferreira Diniz, libertado hoje, ficará a aguardar o desenrolar do processo em casa (obrigação de permanência na residência) sob vigilância electrónica.
Neste momento o médico já deixou do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde estava detido preventivamente desde 01 de Fevereiro.