A ex-ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, diz que o
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Numa intervenção no congresso de Revisores Oficiais de Contas (ROC), e defendendo que estes, além de outros órgãos de fiscalização, podem ter neste contexto um papel importante, Ferreira Leite defendeu que na Administração Pública deve orientar-se as funções para objectivos, avaliar-se resultados e premiar-se o mérito.
A redução do papel do Estado em sectores que não sejam os de soberania e a reforma da administração pública, orientada nesse sentido da introdução de critérios empresariais são a única solução eficaz, afirmou a ex-ministra das Finanças.
O «combate ao desperdício e à gestão menos correcta», são medidas importantes, que já estão a ser tomadas, mas são «paninhos quentes» com «resultados mínimos», insistiu Manuela Ferreira Leite que, para o demonstrar, referiu que, de 2002 a 2006, apenas se conseguiu reduzir o défice em duas décimas.
Os ROC, acrescentou, têm também outro desafio, extensível a empresas e sobretudo às PME, que é «olharem para outros clientes, porque o Estado não pode continuar a ser o seu principal cliente».
Só combatendo o défice, que é «um problema sério», se combate «o problema grave» e este é, para a economista, o da competitividade, provocado pelo desequilíbrio orçamental.
Também o socialista Jorge Coelho, que participou no congresso, falou do problema estrutural das contas públicas, embora defendendo a manutenção do Estado em sectores como a Educação, a Saúde e a Segurança Social.
Um papel importante dos ROC, recordado pelo ex-dirigente socialista, foi a agora introduzida figura do controlador financeiro no âmbito da revisão da Lei das Finanças Locais.