Manuela Ferreira Leite assumiu, esta tarde, que a candidatura à liderança do PSD foi talvez a decisão política mais difícil que tomou, «por um sentido de responsabilidade» e por considerar que o partido se encontra desacreditado.
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Manuela Ferreira Leite apresentou, esta tarde, a candidatura à presidência do PSD. A cerimónia decorreu na sede nacional dos sociais-democratas.
Perante uma sala completamente lotada, Manuela Ferreira Leite dirigiu a declaração essencialmente aos militantes sociais-democratas, a quem disse que aceitou ser candidata às eleições directas do PSD por «um sentido de responsabilidade» e por considerar que o partido não está a conseguir ter credibilidade junto dos portugueses.
«Esta foi talvez a decisão política mais difícil que tomei até hoje. Nessa reflexão acabaram por vencer as vozes dos militantes e muito especialmente a minha consciência», disse.
Ferreira Leite pediu o apoio dos militantes do PSD «não por uma ambição de poder ou vaidade pessoal, mas por um sentido de responsabilidade face ao meu país e ao meu partido».
De acordo com a ex-ministra das Finanças, o PSD foi debilitado por sucessivas crises internas e perdeu a credibilidade que tinha no poder e na oposição.
«Os portugueses começam já a não nos ouvir», considerou.
«Incomoda-me muito a falta de respeito com que começam a tratar-nos. Não merecemos», defendeu Ferreira Leite.
«Candidato-me porque quero, com o contributo de todos, que o nosso partido recupere a sua força reformista, humanista, libertadora da sociedade e das pessoas e seja uma alternativa séria de governação», acrescentou.
Ferreira Leite recordou que no próximo ano há eleições legislativas, mas também autárquicas e que um eventual descrédito nestas primeiras poderá ter um efeito de contágio muito grave nas segundas.
É por isso que Ferreira Leite convoca desde já os militantes do PSD a não ficar indiferentes a esta batalha, a estabelecer as prioridades e a apostar na pessoa certa para liderar o PSD.
«Não esperem de mim uma campanha com espectáculo que não sei fazer», afiançou.
Manuela Ferreira Leite disse ainda querer «demonstrar aos portugueses desiludidos com a política partidária que existe uma alternativa com rumo e responsabilidade», palavra que repetiu ao longo do seu discurso.
Rui Rio, António Capucho, José Luís Arnaut, Aguiar Branco, Pacheco Pereira, Leonor Beleza, entre outros, vieram dar o apoio a Ferreira Leite.