Manuela Ferreira Leite diz não admitir que sejam feitas «análises de carácter» quanto ao seu comportamento nas directas do PSD, numa alusão ao comentário de Marcelo Rebelo de Sousa. A ex-ministra das Finanças assumiu ainda que votou em Marques Mendes e justificou o silêncio que manteve antes das eleições com o seu estatuto de presidente da mesa do Congresso do PSD.
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Em entrevista à Rádio Renascença, Manuela Ferreira Leite disse que só no Congresso, que se realiza a 12, 13 e 14 de Outubro, é que irá fazer a «explicitação pormenorizada» dos motivos do seu comportamento nas directas, onde não expressou o seu apoio nem a Marques Mendes nem a Luís Filipe Menezes.
«Em todo o caso, não posso deixar, hoje mesmo e não deixar para o Congresso, de dizer que não aceito, nunca, em circunstância nenhuma, que as análises que sejam feitas acerca do meu comportamento não sejam simplesmente análises políticas e sejam análises de carácter», sublinhou.
«Eu isso não admito, nem sequer às pessoas que considerava que eram minhas amigas», frisou.
Questionada se se estava a referir ao comentário de domingo de Marcelo Rebelo de Sousa, que a acusou de «ter tirado o tapete a Marques Mendes», a ex-ministra das Finanças respondeu afirmativamente.
«Acho completamente absurdo, quase ridículo, e até mesmo insultuoso, que qualquer afirmação que se faça acerca do sentido de voto seja de quem for isso altere o resultado das eleições», considerou a presidente da mesa do Congresso do PSD.
«É quase humilhante para qualquer candidato - e acho que o dr. Marques Mendes não merece isto - dar a ideia de que só poderia sair ganhador caso houvesse a pessoa A ou B a dizer que ele é que deveria ganhar», considerou.
Ferreira Leite diz que votou em Marques Mendes
Na mesma entrevista, Ferreira Leite assumiu ainda que votou em Marques Mendes e justificou o silêncio que manteve antes das directas com o seu estatuto de presidente da mesa do Congresso do PSD.
«Não tive nenhumas condições para me poder pronunciar sem que violasse completamente o estatuto de presidente da mesa do Congresso que tenho», afirmou.