O Sindicato dos trabalhadores dos impostos acha «estranho» o alargamento do prazo de regularização das dívidas fiscais depois da «firmeza» manifestada antes e do dinheiro gasto pelo Governo em publicidade insistindo no prazo de 31 de Dezembro
Corpo do artigo
O anunciado alargamento para 3 de Janeiro do prazo de pagamento das dívidas ao fisco e segurança social perdão de juros revela falta de «firmeza» da ministra das Finanças, disse José Medeiros (na foto), do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.
Em declarações à TSF, Medeiros disse ver com «alguma estranheza» que Manuela Ferreira Leite tenha dilatado o prazo, depois de ter «demonstrado firmeza nas suas decisões» e tendo sido gastos «milhões de euros em 'spots' publicitários» anunciando 31 de Dezembro como último dia para regularizar as dívidas.
Agora está a «deitar-se esse dinheiro à rua», acusou o responsável, acrescentando que a ministra das Finanças está a dar «um sinal de fraqueza e transigência que não tem tido para com os trabalhadores» na solução dos problemas da Administração Fiscal.
«Provavelmente interessa mais o 'número mágico' (de 2,8 por cento do PIB no défice), em detrimento das pessoas», lamentou Medeiros.
No final da semana passada, recorde-se, a ministra da Finanças mostrou-se irredutível quanto ao eventual alargamento daquele prazo, apesar de greve dos trabalhadores dos impostos. Na altura, Farreira Leite foi categórica: «Nem mais um dia».
Os trabalhadores dos impostos cumprem hoje mais um dia de greve e a Função Pública goza amanhã um dia de tolerância de ponto, razões apontadas pelo Ministério das Finanças, que cita o Código de Procedimento Administrativo, para justificar o alargamento do prazo.