Avelino Ferreira Torres garante que é inocente e está a ser vítima de um complô. À entrada para o tribunal, o ex-presidente da câmara de Marco de Canaveses disse que «se for preciso» paga a viagem de regresso do Brasil de José Faria, testemunha-chave do processo de corrupção em que é réu.
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«Inocente e vítima de um complô». À entrada do tribunal de Marco de Canaveses, Avelino Ferreira Torres garantiu que a testemunha de acusação José Faria «é uma pessoa doente, que hoje diz uma coisa e amanhã diz outra».
«E quero desmentir outra coisa, José Faria nunca foi meu motorista. Nunca na vida tive motorista», garante peremptório o ex-autarca.
A família de José Faria deu-o como desaparecido no sábado, dia 05 de Abril.
Nesse mesmo dia, segundo uma carta de um primo ao Ministério Público, a testemunha-chave encontrou-se com Ferreira Torres em Águas-Santas, concelho da Maia, seguindo depois para o Aeroporto de Madrid, alegadamente levado por um colaborador do ex-autarca do Marco, para apanhar um avião com destino a S. Paulo, Brasil.
Naquela cidade brasileira, terá sido agredido e suturado com 20 pontos.
Nas declarações que hoje prestou aos jornalistas, Ferreira Torres negou o alegado encontro e qualquer envolvimento na deslocação de Faria para o Brasil e na sua agressão.
Negou também a tese da família de José Faria, segundo a qual o teria convencido a ir para o Brasil «em troca do pagamento de 12.500 contos [62.500 euros] que devia às Finanças».
«Se for preciso pago [a viagem de regresso de Faria]», afirmou numa declaração à entrada para o tribunal, onde vai ser julgado por seis crimes: um de corrupção, um de extorsão, três de abuso de poder e um de peculato de uso.
O débito seria motivado por alegadamente ter funcionado como «testa de ferro» nos negócios do ex-presidente da Câmara de Marco de Canaveses.
Avelino Ferreira Torres disse que estão «a tentar que de um passo em falso» para depois lhe fazerem «a cama». «Mas eu não dou esse passo», garantiu.
Ferreira Torres atribuiu a ida de Faria para o Brasil ao alegado facto de dever «mais de um milhão de contos [cinco milhões de euros] a indivíduos de etnia cigana» que rotulou de «perigosos».
Recusando responder a algumas perguntas, reiterou que acredita nas «justiças de Fafe» e na «divina».