Uma das facções da Frente de Libertação de Cabinda está confiante no arranque de negociações com o governo de Angola. A FLEC-FAC lança um apelo à unidade das várias vozes do enclave.
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A FLEC-FAC refere que já começaram os contactos exploratórios com o governo de Angola para discutir o estatuto e o futuro do enclave de Cabinda.
O responsável pelas relações exteriores da FLEC-FAC, Liberal Nuno, admite que o relacionamento político com Angola está a evoluir.
Liberal Nuno, apesar da complexidade da questão, acredita que os actuais contactos exploratórios podem dar em negociação muito em breve.
«É preciso muita paciência e requer, sobretudo, muito sigilo», admitiu à TSF, Liberal Nuno.
Até agora, Portugal, e de acordo com Liberal Nuno, não tem participado nos contactos exploratórios.
Aberta a porta do diálogo, a FLEC-FAC quer congregar as várias facções do movimento independentista para, a uma só voz, discutir o futuro de Cabinda.
O «dever da FLEC-FAC, neste momento, é dialogarmos com todos para formarmos um núcleo e que será apresentado posteriormente».
É a nova versão do discurso da FLEC-FAC. Ainda recentemente, N'Zita Tiago, líder histórico, recusava uma proposta de Stefano Barros, da facção Renovada.
A proposta, lançada aos microfones da TSF, tinha como objectivo a criação de uma plataforma de entendimento entre as várias FLEC's.
Agora, há também um comunicado da FLEC-FAC onde Liberal Nuno desmente e ataca alguns grupos por alegadamente tentarem travar o actual processo, ao afirmarem que tanto ele como N'Zita Tiago já estão em Luanda, no Fetugo a gozar a quadra natalícia.
Existem várias facções e «essas facções, de forma esporádica, procuram complicar a situação», Liberal Nuno referia-se a grupos dispersos por Brazavile e Libravile, estados de expressão francesa.
A FLEC-FAC quer assumir todo o protagonismo, visto que as negociações em torno de Cabinda podem começar em breve.