Um quarto das árvores do continente europeu estão ameaçadas devido à poluição atmosférica e a alterações climáticas, indica um relatório da ONU sobre o estado das florestas europeias publicado hoje (sexta-feira) em Genebra.
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Um quarto das árvores do «velho continente» estão em risco, segundo um relatório da ONU publicado hoje em Genebra.
Tem-se verificado uma deterioração constante da floresta europeia, de árvores e do solo, que acelarou de 1986 a 1995. Segundo os cientistas a situação tendeu a estabilizar depois de 95.
As florestas no continente europeu têm sido ameaçadas pelos depósitos de azoto e enxofre, e por acontecimentos metereológicos extremos (como o «El Niño» ou as tempestades do final de 1999).
Algumas das parcelas de terreno analisadas pelos autores do estudo apresentado hoje em Genebra, absorvem mais de 14 quilos de azoto por ano e por hectare. Quanto à acumulação de enxofre, ela chega, em alguns casos, a nove quilos por hectare anualmente.
Este excesso de tais materiais no terreno deve-se ao facto de que eles são emitidos pela criação intensiva de animais, pelas fábricas, pelos veículos motorizados, que rejeitam o excesso de azoto e enxofre e o lançam na atmosfera.
As secas prolongadas e os fogos florestais são outras das razões apontadas para o estado actual da vegetação e do solo europeu, principalmente no sudeste do continente europeu, mas também na Península Ibérica.
Nos últimos anos têm-se verificado algumas melhorias mas a situação continua crítica na Europa central e ocidental.
Este estudo é publicado todos os anos pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (sediada em Genebra), e pela Comissão Europeia. Baseia-se no estudo contínuo - desde há quinze anos - de quase seis mil parcelas de terreno em 38 países europeus. Mede o efeito das medidas postas em prática desde um acordo firmado em 1979 e que entrou em vigor em 1983: a Convenção sobre a poluição trans-fronteiriça.