Santana Lopes não consegue compreender o que fez Sampaio mudar de ideias relativamente à dissolução do parlamento. Na Póvoa do Varzim, o primeiro-ministro revelou que a hipótese não se punha na segunda-feira e que tudo mudou na quarta.
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Santana Lopes reiterou as críticas a Jorge Sampaio, questionando-se o que terá feito o Presidente da República mudar de ideias de segunda-feira, quando assegurou não dissolver a Assembleia da República para quarta-feira, data em que o decidiu fazer.
«A política não pode ter segredos. Segunda-feira foi-me expressamente garantido que quando voltasse ao Palácio de Belém na quarta-feira não haveria dissolução e seria divulgado aos portugueses a nova solução para substituir o ministro que saiu», explicou.
O primeiro-ministro esclareceu ainda que questionou três vezes o Presidente da República sobre esta possibilidade e que três vezes lhe foi garantido que a dissolução não aconteceria, até porque «todos têm direito a mudar de opinião».
«O que se terá passado de segunda para quarta-feira? Aguardo com o respeito que o primeiro-ministro deve aguardar a divulgação pública das razões oficiais da dissolução do parlamento», acrescentou.
Na posse do presidente da concelhia do PSD da Póvoa do Varzim, Santana Lopes deixou ainda críticas à comunicação social, acusando-a de parcialidade nos critérios noticiosos.
«Um presidente da câmara do Algarve fez declarações a criticar-me, outro dirigente do PSD do Algarve fez declarações para a Lusa a responder-lhe e a Lusa respondeu-lhe que não, pois como eram declarações a defender o primeiro-ministro não tinham interesse. Temos os nomes e isto passa-se todos os dias», assinalou.
Apesar das dificuldades, Pedro Santana Lopes, que fez ainda saber das dificuldades do secretário-geral do PSD em falar para a agência Lusa, não esmorece e diz que vai para as legislativas para ganhar.
«Podem dizer mal todas as noites na televisão que a nós só nos interessa o povo. Vamos correr o país de norte a sul. Convocaram eleições, têm de nos aturar. São meses em que vamos ter com o povo e vamos ganhar as eleições», concluiu.