Segundo um relatório oficial francês, deve haver uma introdução «gradual e prudente» dos transgénicos, pois o recurso aos organismos geneticamente modificados (OGM) é «dificilmente evitável».
Corpo do artigo
O presidente do grupo de trabalho que elaborou o estudo, Bernard Chevassus au Louis, insiste que não se devem recear os efeitos micro-económicos imediatos e que, dentro de 15 anos, «a utilização destas tecnologias, tendo em conta a forma como vão evoluir para criar sementes adaptadas às novas formas de agricultura, parece uma ferramenta dificilmente evitável».
O relatório, intitulado «OGM e agricultura: opções para a acção pública», foi entregue ao ministro da Economia francês, Jean Glavany, sendo o resultado do trabalho de um grupo dirigido por Chevassus ao Louis, presidente do conselho de administração da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos (AFSSA).
Os autores do documento defendem «uma coabitação pacífica entre culturas transgénicas e não transgénicas».
«É necessário organizar o pluralismo, já que podem existir na Europa agricultores que cultivem OGM e outros ao lado que não o façam», dizem.
Preconizam igualmente a criação de um observatório público para plantas transgénicas de forma a examinar os seus aspectos ambientais sanitários e socio-económicos.
Seis organizações, entre elas o Greenpeace, o sindicato da Confederação Camponesa e a Federação Nacional de Agricultura Biológica das regiões de França, manifestaram o seu «profundo desacordo» perante as conclusões do documento.
As organizações consideram que a versão final é «muito favorável aos transgénicos e não transcreve de forma justa as posições manifestadas durante os debates».