O Tribunal de Lagos condenou, esta sexta-feira, a 24 anos de prisão os dois cidadãos franceses que estavam acusados do homicídio do velejador André Le Floch, encontrado morto no trimarã "Intermezzo", em Agosto de 2006, após o barco ter naufragado ao largo de Sagres.
Corpo do artigo
Segundo o acórdão (sentença proferida por um tribunal colectivo), o tribunal deu como provados todos os crimes que constavam da acusação.
Os dois irmãos franceses Corine Gaspar e Thierry Beille estavam acusados dos crimes de homicídio qualificado, roubo e tentativa de ocultação do
cadáver.
Durante as alegações finais, o Ministério Público (MP) junto do Tribunal de Lagos (Algarve) alegou que ficaram provados todos os crimes de que estavam acusados e pediu uma «pena pesada e exemplar» para os dois franceses.
O MP considerou que os franceses agiram em comunhão de esforços, num crime premeditado e praticado pelos dois, mostrando desprezo pela vida humana, tendo captado a confiança do navegador para se apoderarem do barco «Intermezzo».
No entanto, para o defensor de Corine e Thierry, «pouca prova foi produzida em tribunal», pedindo a absolvição dos arguidos nos crimes de «roubo e tentativa de ocultação de cadáver».
Quanto ao crime de homicídio qualificado, o advogado Manuel dos Santos defendeu, também, que «não ficou provada a intenção de matar» e sugeriu que «deverá o tribunal entender como um crime de ofensa à integridade física, pois apenas se provou que houve uma agressão de Corine a André Le Floch».
O causídico sustentou a sua tese de que Corine, quando foi resgatada após o naufrágio do barco, revelou a presença de uma terceira pessoa a bordo do trimarã, que alegadamente estaria amarrada, manifestando-se preocupada com a sua situação.
De acordo com o relatório da autópsia, André Le Floch «foi amarrado com cordas depois de morto, morte que terá acontecido por asfixia manual».