As averiguações oficiais sobre alegadas irregularidades na colocação de professores em escolas de Viseu e Aveiro podem levar à demissão do director regional adjunto de Educação do Centro (DREC), Vicente Figueiredo.
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O jornal «Público» confirma esta manhã que o director regional adjunto de Educação do Centro vai ser afastado do cargo.
As conclusões do inquérito realizado pela Inspecção-Geral de Educação vão ser enviadas para o Ministério Público e vão ser instaurados cinco processos disciplinares no dia em que o ministro David Justino vai apresentar publicamente os resultados desta investigação.
O caso foi denunciado pelo Sindicato dos Professores da Região Centro, que levantou dúvidas sobre a legalidade da colocação das professoras Susana Boloto e Isabel Teixeira em escolas de Viseu e Aveiro.
Na altura as escolas desmentiram ter pedido os destacamentos e por isso foi aberto um inquérito pela Inspecção-Geral de Educação, que detectou várias irregularidades.
António Figueiredo é figura central
A Inspecção concluiu que a figura central deste caso é António Vicente Figueiredo e segundo o jornal «Público» ficou provado que o director regional adjunto de Educação do Centro mentiu à Inspecção e ao Ministério.
De acordo com o diário Vicente Figueiredo falsificou a data do documento que dava validade ao destacamento de Susana Boloto e pressionou o presidente do conselho executivo da escola EB2,3, Azeredo Perdigão, para falsificar uma proposta de destacamento.
No caso da professora Isabel Teixeira a Inspecção apurou que Vicente Figueiredo foi o único responsável pela transferência desta docente para a EB2,3, Aires Barbosa, em Aveiro, avançando falsas razões para justificar esta atitude.
Para além de ser afastado o director geral adjunto vai, também, ser alvo de um processo disciplinar e incorre no crime de falsificação de testemunho.
Mentiras em cadeia
Mas Vicente Figueiredo não está sozinho, Fernando Figueiral, presidente do conselho executivo da escola Azeredo Perdigão disse inicialmente que não tinha pedido qualquer destacamento, no entanto quando foi pressionado acabou por mentir e é agora acusado de ter falsificado um documento que assinou fora de data.
A professora Susana Boloto também mentiu à Inspecção e forjou a proposta de destacamento.
O coordenador do centro da área educativa da Guarda, José Diogo Pinto e Estela Castilho, chefe da divisão da direcção de serviços técnico-pedagógicos da DREC, são igualmente acusados de mentir, todos vão ser sujeitos a processos disciplinares e penalizados por terem prestado falsos testemunhos.
Após a investigação ficou à margem de qualquer suspeita o deputado Pedro Alves a quem inicialmente foi atribuída a «cunha» para que Susana Boloto fosse colocada em Viseu.
Segundo o «Público», há novos indícios de irregularidades que motivam a continuação de investigações.