As freguesias querem ajudar no combate aos crimes contra idosos, uma das prioridades do Procurador-geral da República. O presidente da Associação Nacional de Freguesias, Armando Vieira, diz que as freguesias já fazem um «trabalho social de proximidade» com idosos.
Corpo do artigo
O presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANF) está disposto a contribuir para o sucesso do apelo do Procurador-geral da República na intensificação da luta do crime contra idosos.
«Se o Procurador-geral da República entende que as freguesias, dada a proximidade com as populações e o conhecimento profundo do ambiente social em que vivemos, podem ajudar então sentir-nos-emos muito honrados em ajudar», disse Armando Vieira.
Ouvido pela TSF, o presidente da ANF explicou que as freguesias fazem um «trabalho social de proximidade, de identificação de problemas, de encaminhamento e de apoio na resolução desses mesmos problemas».
Armando Vieira aproveitou ainda para dizer que este trabalho, que não está nas «competências legais» das freguesias, «não é reconhecido pela legislação da República».
Apesar das dificuldades financeiras, Armando Vieira disse que as freguesias podem ajudar em particular através da «disponibilidade, espírito de missão e sensibilidade para com os problemas».
«Uma coisa que é frequente e que já fizemos é ajudar cidadãos com grandes dificuldades económicas e que não têm dinheiro para comprar medicamentos. Frequentemente, arranjamos maneira de nos substituir a esses cidadãos na compra de medicamentos que necessitam», concluiu.
Numa entrevista ao Correio da Manhã, o Procurador-geral da República considerou que muitas vezes os idosos não se queixam dos crimes que são vítima por razões ligadas ao medo.
Pinto Monteiro admitiu ainda que não existem meios para o combate a crimes contra pessoas idosos, ao contrário do que existe relativamente à violência contra mulheres e crianças.
A violência contra idosos, a par da violência e escolas e nos hospitais, irão ter um combate prioritário, segundo as palavras de Pinto Monteiro.
O procurador colocou os «processos com réus presos ou à beira da prescrição» também com prioridade. «Depois vem a violência organizada e a corrupção», acrescentou.