Freitas do Amaral revelou, esta terça-feira, o que se passou nos bastidores do último Conselho Europeu de Bruxelas que se revelou um fracasso por falta de acordo sobre o próximo orçamento comunitário. O ministro dos Negócios estrangeiros confessou-se «chocado» com a posição assumida pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Corpo do artigo
Freitas do Amaral criticou o chefe do executivo britânico por não ter, em qualquer momento durante a cimeira de Bruxelas, dado a entender que o Reino Unido iria vetar a proposta orçamental da presidência luxemburguesa.
«O que mais chocou foi o Governo britânico nunca ter dito, ao longo de toda a sexta-feira (17 de Junho, último dia do Conselho Europeu), que discordava da estrutura geral e dos princípios fundamentais da proposta luxemburguesa e ter reservado essa desagradável surpresa para o fim», afirmou.
«Se se tem objecções de princípio, elas devem ser apresentadas no princípio e não no fim do processo negocial», frisou o chefe da diplomacia portuguesa.
«As pessoas ficaram profundamente chocadas com a distorção que isto representa do processo negocial», acrescentou.
«Houve 22 países que disseram (ao ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo) que disseram que valia a pena continuar as conversas bilaterais, e a Inglaterra, a Holanda e a Suécia ficaram caladas, mas não disseram 'olhe que nós logo à noite vamos vetar o documento'», criticou.