No segundo dia de instrução do processo "Apito Dourado", Gilberto Madaíl, foi ouvido esta quarta-feira como testemunha de Valentim Loureiro. À saída do Tribunal de Gondomar, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), disse que deu a sua «palavra de honra», ao juiz, de que não ia revelar qualquer informação do interrogatório.
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O líder da FPF, arrolado como testemunha abonatória de Valentim Loureiro, foi ouvido durante cerca de uma hora e meia pelo juiz Pedro Miguel Vieira, no âmbito da fase instrutória do processo "Apito Dourado".
À saída do tribunal, Gilberto Madaíl não revelou pormenores do interrogatório sublinhando que o processo se encontra em segredo de justiça, mas referiu que «o juiz é uma simpatia de pessoa».
O dirigente, que recordou a sua condição de «testemunha e não arguido», confessou que «estava à espera de outro tipo de perguntas», que acabaram por não surgir, mas prestou todos os esclarecimentos que lhe pediam. «Respondi a todas as perguntas do juiz», garantiu o presidente da FPF.
Segundo Gilberto Madail, que manifestou também o seu desejo pessoal de que «todo o processo seja avaliado, para se saber se há julgamento ou não», o juiz Pedro Miguel Vieira terá ficado satisfeito com o depoimento.
Sobre o processo, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), revelou apenas que a instrução do processo "Apito Dourado" deverá ficar concluída até Fevereiro de 2007.
O dirigente recordou que «os arguidos não são culpados sem terem sido julgados e condenados» e, como tal, a justiça desportiva, neste processo de alegada corrupção, só poderá ser activada depois da cível.
Gilberto Madaíl admite terem sido solicitadas certidões e levantados processos de inquérito, mas que estes só passarão a processos disciplinares desportivos depois de conhecidas as decisões judiciais.
O dirigente recordou que «o que se está a passar em Portugal também se verifica em países como Espanha, Alemanha, Holanda e Grécia», e recordou que o processo "Apito Dourado" já lhe deixou marcas pessoais.
Madaíl deu como exemplo o factor de ter sido necessário retirar a sua candidatura ao Comité Executivo da UEFA, em 2004, em plena crise do "Apito Dourado". A situação terá sido apenas adiada, já que Gilberto Madaíl tenciona candidatar-se a este órgão em 2006.
O responsável adiantou que remeteu para as instâncias competentes o processo que lhe foi entregue por Pedro Mourão, ex-presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, após ter lido a exposição que continha.