Manuela Ferreira Leite diz que acredita que as contas públicas estão consolidadas mas apenas no papel porque não há sinais na realidade. A confiança dos consumidores e dos investidores mantém-se sem dar sinais de retoma. A ex-ministra defende ainda a privatização da Saúde e da Educação.
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Manuela Ferreira Leite considera que a situação económica em Portugal ainda é má, tendo em conta que não existem sinais evidentes de retoma.
A antiga ministra das Finanças também diz que não vê, nesta altura, que o Governo socialista possa ter margem de manobra para inverter a tendência negativa da economia nacional.
Ferreira Leite sublinha que a confiança dos consumidores ainda não aumentou e que as famílias ainda não estão em condições de começar a poupar.
«Neste momento não vejo margem de manobra para que surjam sinais de retoma porque o Governo não tem margem de manobra para mudar a política económica», salientou Ferreira Leite.
A ex-ministra das Finanças diz que o Governo esgotou o seu instrumento principal para aumentar a receita, ou seja, «o aumento dos impostos».
Sobre o PSD, Manuela ferreira leite deixou uma palavra de confiança em jeito de conselho. «Se o PSD tiver uma posição de credibilidade e uma oposição persistente não vai ser difícil retirar a confiança ao actual primeiro-ministro», considerou Ferreira Leite.
Privatização da Saúde e Educação
Questionada depois pelos deputados do PSD sobre as funções do Estado, Manuela Ferreira Leite respondeu que começaria por privatizar «aqueles sectores em que os privados já estão, como a saúde a educação».
«São dois sectores em que não vejo porque é que o Estado não se retira», disse, referindo que «antes pelo contrário, [o Estado] cada vez está a entrar mais».