O sistema de avaliação dos professores é mesmo para avançar, garantiu esta terça-feira José Sócrates, admitindo, no entanto, que o Governo está disponível para negociar alguns pontos do sistema.
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Cerca de 85 por cento dos professores e educadores aderiram hoje de manhã à greve nacional, de acordo com dados dos sindicatos, enquanto o Ministério da Educação aponta para participações entre os 30 e os 53 por cento.
«Ainda é cedo. Vamos ver os números», declarou o primeiro-ministro à entrada para uma reunião com o Grupo Parlamentar do PS, onde apresentou aos deputados socialistas as principais linhas da proposta de Orçamento do Estado para 2006.
No entanto, José Sócrates salientou que «a reforma do estatuto da carreira docente é essencial para que exista em Portugal uma educação de excelência».
«É necessário premiar o mérito e é impossível manter um sistema em que todos os professores chegam ao topo da carreira», disse.
De acordo com o primeiro-ministro, «os portugueses não querem um sistema em que todos os militares chegam a generais. O que se passa com os professores não é possível continuar, porque não premeia o mérito», declarou.
José Sócrates deu ainda como exemplo o que se passa nas redacções dos órgãos de comunicação social, «onde só os melhores jornalistas chegam a editores».
«Esta reforma do estatuto da carreira docente beneficia os melhores professores. E quem melhor do que os professores sabe a importância da avaliação», interrogou-se o primeiro-ministro.
«O Governo está disposto a negociar com os sindicatos o sistema de avaliação. Mas terá de haver avaliação. O facilitismo não pode continuar», acentuou, antes de defender que as reformas «destinam-se sobretudo a servir melhor os alunos e as suas famílias».
Interrogado sobre o facto de o Orçamento do próximo ano prever uma redução das despesas de funcionamento dos estabelecimentos do Ensino Superior, José Sócrates respondeu que os cortes «vão abranger todos os serviços».