O ministério do Ambiente vai travar os efeitos suspensivos da providência cautelar interposta pelas Câmaras de Palmela, Setúbal e Sesimbra que tem como objectivo evitar a realização dos primeiros testes de co-incineração na cimenteira da Secil, no Outão, Serra da Arrábida.
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O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, anunciou que vão ser tomadas as medidas necessárias para que a providência cautelar não tenha efeitos suspensivos.
Uma atitude idêntica à que o Ministério do Ambiente tomou em relação à cimenteira da Cimpor, em Souselas, quando efectuou uma resolução fundamentada que, alegando o interesse público, anulou os efeitos suspensivos da providência cautelar.
A presidente da Câmara de Setúbal, ouvida pela TSF, sublinha que há diferenças entre os dois casos. Por isso as três autarquias que avançaram com a providência cautelar acreditam num desfecho diferente.
«O que está em causa é um interesse público totalmente diferente do de Coimbra, tinhamos em comum as pessoas, a saúde pública, aqui também estamos preocupados com este aspecto, mas existe a diferença da cimenteira estar situada num parque natural», defendeu.
Quanto à iniciativa do Ministério do Ambiente, Maria das Dores Meira, considera que é «normal».
«O senhor secretário de Estado pode fazer tudo o que estiver ao seu alcance para tentar travar a providência cautelar. É normal, mas pensamos que quem pode de facto travar esta iniciativa é o tribunal», adiantou.
Os primeiros testes de co-incineração na cimenteira da Secil estão previstos para daqui a cerca de uma semana.