No Dia Europeu em Memória das Vítimas de Acidentes de Viação, o secretário de Estado da Administração Interna, Nuno Magalhães, sublinha que o número de vítimas foi reduzido em 28 por cento e considera que há «tendências positivas».
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O responsável explica que há «uma redução de cerca de uma centena de mortes e em comparação com o período homólogo do ano anterior, há uma redução, nos feridos graves e ligeiros, de 28 por cento nos primeiros seis meses, e também ao nível de peões, onde Portugal tinha uma pior média, pelo que se pode falar em tendências positivas».
«Há um plano e uma das prioridades é prolongar a sua execução, com objectivos mais alargados, que passa pela redução em 50 por cento, até 2010, de vítimas mortais e de feridos graves», explicou Nuno Magalhães,
Valores no socorro estão próximos do terceiro mundo
Por outro lado, Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Automobilizados, diz não ter a mesma opinião do governante e dá o exemplo do «administrador Paul Bremer, em Bagdad, que diz que está tudo bem no Iraque. Não vale pena esconder o sol com a peneira. A fiscalização está muito mal, Portugal é um dos países onde se faz menos fiscalização nas estradas, um dos pilares centrais de uma política coerente de prevenção rodoviária. Se os polícias usam os automóveis para se manifestarem a dizer que algo não está bem, é porque qualquer coisa está profundamente errada com o sistema».
«Devemos falar também dos bombeiros e do INEM, onde também há poucos investimentos. Não podemos esquecer que cerca de 60 por cento das pessoas morrem entre o local do acidente e o hospital e em Portugal morrem dez vezes mais do que em Inglaterra. Os valores dos serviços de socorro em Portugal estão próximos dos valores do terceiro mundo», explicou o responsável da associação.
A sinistralidade nas estradas portuguesas já matou cerca de 30 mil portugueses ao longo dos últimos dez anos. Neste domingo comemora-se o Dia Europeu em Memória das Vítimas de Acidentes de Viação.