O Governo suspendeu a autonomia financeira do Instituto da Droga e da Toxicodependência, presidido por Fernando Negrão, que justifica assim o atraso, de cerca de quatro meses, no pagamento às clínicas de recuperação.
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Fernando Negrão explica à TSF que «este atraso prende-se com a falta de autonomia financeira. Estamos a atravessar uma situação particular no país, que levou à necessidade de haver um maior controlo das despesas».
O responsável do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) diz lamentar a situação, mas refere que o Ministério das Finanças e o Ministério da Saúde já garantiram prazos de pagamentos e «no máximo até meados de Janeiro, as verbas virão para pagar tudo o que está em dívida».
Negrão diz estar convencido de que as clínicas de recuperação têm capacidade para aguardar por este prazo, mas há elementos das unidades terapêuticas que falam já em ruptura financeira, como Marques Correia que diz que houve algumas a fechar portas. «Uma óptima unidade que funcionava em Sintra fechou portas e outras suspenderam a actividade, não estando neste momento a receber doentes».
No entanto, Fernando Negrão sublinha não ter conhecimento de qualquer «informação dessas. Se tivesse chegado seria comunicada imediatamente».
Fernando Negrão espera reforço de orçamento
O presidente do IDT diz ainda esperar a recuperação da autonomia financeira, incluindo um reforço do orçamento para o ano de 2004.
«É insuficiente, mas tenho esperança no futuro e tenho esperança em mais dinheiro. O país está a atravessar esta situação, mas em Conselho de Ministros foi reiterado o interesse político sobre o fenómeno da droga e toxicodependência. Tenho a certeza que este interesse reiterado será em breve acompanhado pelo reforço de meios. Não seria mais do que sete ou oito milhões de euros», disse.
O IDT conta actualmente com um orçamento de cerca de 60 milhões de euros.