Os membros da direcção da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) demitiram-se esta quinta-feira à noite, deixando assim Miguel Graça Moura sozinho à frente da administração, sem qualquer poder.
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Um antigo membro da direcção, Cristina Ribeiro, disse hoje à Agência Lusa, que os dois elementos que constituíam a direcção juntamente com o maestro, Manuela Magalhães e Paulo Gaio Lima, se demitiram esta quinta-feira à noite, e comunicaram aos funcionários a sua decisão, faltando neste momento apenas a formalização do pedido.
Cristina Ribeiro afirmou ainda que esta decisão não implica a queda da direcção, já que «Graça Moura ainda não se demitiu, mas que não poderão existir actos de gestão», o que faz com que o maestro não tenha qualquer poder.
A ex-dirigente adiantou também que Paulo Gaio Lima ocupava o cargo ilegalmente, pois este foi promovido ao cargo, após Cristina Ribeiro ter sido afastada do cargo numa assembleia geral convocada por Graça Moura e não pelo presidente da Assembleia Geral.
Paulo Gaio Lima foi posteriormente eleito numa reunião da direcção, entre Miguel Graça Moura e Manuela Magalhães, para o lugar de Cristina Ribeiro, sem a necessária assembleia geral para nomeá-lo.
Sequestro acabou com intervenção da polícia
As saídas surgem no seguimento da acção de protesto feita ontem por cerca de cem estudantes, funcionários e músicos, que fecharam a cadeado a porta principal do edifício da OML, para exigirem a demissão do maestro.
Graça Moura acabou por deixar o edifício sob escolta policial, e acusou o presidente da Câmara de Lisboa, Santana Lopes, de «estar por detrás» do protesto e de ser o responsável - ao «não pagar o que deve [45 mil contos] - pelos problemas da OML, onde cerca de 160 funcionários têm os salários em atraso.
Já hoje, o maestro afirmou que só regressa à OML «quando houver condições para trabalhar». Os alunos, recorde-se, disseram ontem que, depois de sair, o maestro não voltará e entrar no edifício.