O novo presidente do Conselho de Administração da RTP diz ter hesitado antes de aceitar o convite do Governo para substituir Almerindp Marques. Em declarações à TSF, Guilherme Costa está confiante no projecto e diz que se pode fazer mais e melhor pela estação de televisão pública.
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Guilherme Costa confessou à TSF que hesitou antes de aceitar o convite para ser o novo presente do Conselho de Administração da RTP.
Ouvido pela jornalista Catarina Santos, Guilherme Costa diz que só aceitou o desafio lançado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva depois de várias conversa com o governante.
«Tivemos conversas durante estes dias para esclarecer verdadeiramente o que estava em causa, a natureza do projecto, e essas conversas revelaram um projecto profissional estimulante. Em consequência disso resolvi aceitar», adiantou.
Guilherme Costa desempenhou, até aqui, funções de administrador no Grupo Impresa que detém, entre outros órgãos de comunicação, a estação de televisão privada SIC, facto que já suscitou várias criticas.
Na conversa com a TSF, o sucessor de Almerindo Marques preferiu não comentar por agora essas reservas, optando antes por dizer que se sente capaz de fazer mais e melhor pela RTP.
«O projecto é um projecto de gestão profissional independente e eu considero ter alguma experiência como gestor profissional consequência da minha ligação e da minha presença em conselhos de administração e da minha participação em processos de renovação empresarial no passado», explicou.
«Neste caso, o excelente trabalho realizado pela equipa liderada pelo dr. Almerindo Marques obriga a uma lógica de continuidade, ainda que na gestão empresarial há sempre mais a fazer e há sempre novos desafios e oportunidades. Também sei que existem as pessoas necessárias para tentar continuar a fazer bem e a fazer melhor», rematou Costa.
Sócrates diz que novo presidente da RTP assegurará «rigor» e «isenção»
A propósito das críticas feitas pela Oposição, o primeiro-ministro, José Sócrates afirmou que o novo presidente da RTP dá garantias de ser «um bom gestor profissional», assegurando a «isenção e autonomia» da empresa.
Interrogado sobre o facto de Guilherme Costa ter sido até agora administrador não executivo do grupo Impresa, Sócrates respondeu que, qualquer que fosse a escolha do Governo em relação a um «gestor profissional, com curriculum", este teria necessariamente de ter trabalhado para outras empresas no seu passado.
«Gostaria que me dissessem qual o gestor profissional que o Governo pedira indicar para ser capaz de assegurar a continuidade da linha de rigor na RTP que não tivesse antes trabalhado numa empresa. Essa questão é absolutamente caricata», adiantou o chefe do Executivo no final da aprovação do Orçamento de Estado para 2008.