O presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do PSD, Guilherme Silva, rejeitou quaisquer alterações às deliberações do «tribunal» do partido, por considerar que não faz sentido adiar as directas que vão realizar-se na sexta-feira.
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Guilherme Silva recusou alterar uma vírgula que seja a decisão de permitir aos militantes dos Açores o pagamento de quotas até sexta-feira, socorrendo-se do parecer do constitucionalista Jorge Miranda para justificar a deliberação do Conselho Nacional de Jurisdição do PSD.
«O professor Jorge Miranda no seu parecer disse que em carácter absolutamente excepcional deve-se permitir aos militantes dos Açores que tenham essa oportunidade até à véspera da eleição», defendeu.
«Vamos agora tornar uma coisa que é excepcional, agravá-la com uma desigualdade ainda maior, dando mais prazo a quem já teve mais prazo?», prosseguiu Guilherme Silva.
Na segunda-feira à noite o Conselho Nacional de Jurisdição decidiu excluir 1442 militantes dos cadernos eleitorais, por alegados «pagamentos em massa» das quotas e permitiu aos militantes açorianos o pagamento de quotas até ao momento da eleição. Guilherme Silva considera que estas situações não configuram «nem alterações nem violação dos regulamentos».
Este responsável respondeu ainda às críticas que lhe tinham sido feitas, minutos antes, pelo candidato à liderança social-democrata, Luís Filipe Menezes, que o acusou de «parcialidade militante» e de ser «a vergonha de gerações de juristas do PSD».
«Tenho uma carreira que toda a gente conhece e não gosto de fazer auto-elogios públicos, mas não são palavras de quem não tem conhecimento nem categoria para avaliar a minha condição de jurista que a vão manchar», afirmou Guilherme Silva.
Depois destas declarações, Guilherme Silva disse apenas que há uma situação por resolver: «A questão que se coloca é das candidaturas acatarem as decisões democraticamente deliberadas pelos órgãos do partido».