Durão Barroso disse hoje, no XIII Congresso do PSD/Açores que Guterres sofre de um «défice de sentido de Estado» e que será a PSD a formar uma nova «cultura de poder». No Congresso, Vitor Cruz foi eleito líder do partido nas ilhas.
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O líder do PSD, Durão Barroso, afirmou hoje que o primeiro-ministro sofre de um «défice de sentido de Estado», defendendo que compete aos sociais democratas «restituir a Portugal outra cultura de poder».
No encerramento do XIII Congresso do PSD/Açores, na cidade da Ribeira Grande, onde Victor Cruz foi eleito líder do partido nas ilhas, Durão Barroso dedicou grande parte do seu discurso ao que chamou a «encruzilhada histórica» que Portugal vive actualmente.
No seu entender, a afirmação justifica-se com a polémica sobre a
Fundação para a Prevenção e Segurança. Neste contexto, Barroso declarou-se «preocupado» com o «défice de sentido de responsabilidade» do primeiro-ministro.
Guterres «não reconhece as suas responsabilidades políticas quando está em causa o sentido de Estado», acusou Barroso.
Para o líder do PSD, por causa do Governo Portugal tem vindo a afastar-se das médias de desenvolvimento dos seus parceiros comunitários, um cenário previsto por diversas instituições para os próximos anos.
Face aos desequilíbrios no exercício do poder político, «cresce o número de desiludidos com o PS, pessoas que olham para o PSD para ver uma alternativa», realçou.
Depois de considerar que o «PS está a competir com o PSD na oposição ao seu próprio Governo», Durão Barroso defendeu a necessidade de substituir um Executivo «que não manifesta condições para gerir os destinos do país».
Relativamente à autonomia, preconizou um modelo dinâmico, com o Estado a limitar-se a reconhecer uma especificidade e uma identidade própria de uma região.
O novo líder dos sociais democratas açorianos, eleito por uma esmagadora maioria, anunciou a apresentação, em Janeiro de 2001, de propostas no parlamento das ilhas para redução das taxas de IRS e aumento das pensões e reformas.
O dinheiro «vale tanto no bolso dos contribuintes como nas mãos do Governo e a solidariedade não se deve guardar para a véspera das eleições», disse Victor Cruz.
Convidou, publicamente, os líderes regionais dos diversos partidos para, na próxima reunião do parlamento açoriano, iniciar contactos com vista à reforma do sistema eleitoral, apontando a primeira metade da actual legislatura como meta para uma solução sobre a matéria.
Depois dirigiu criticas para o Governo regional de Carlos César, ao referir que os «socialistas têm tendência para piorarem com o tempo», como «é prova» o Executivo de Guterres.
Victor Cruz, que substitui Manuel Arruda na presidência da Comissão Política Regional (CPR), reafirmou que as eleições autárquicas de 2001 constituem «o grande objectivo eleitoral» dos dirigentes hoje eleitos.
A nova equipa de Victor Cruz integra oito novas caras em doze lugares, reflectindo a «renovação» que defendeu no XIII Congresso, mas sem esquecer o passado do partido, que deve ser motivo de «orgulho».