Hélder Amaral, deputado do CDS-PP por Viseu, lamenta que o ministro da Economia, Manuel Pinho, apareça «não como bombeiro, mas como incendiário» na questão dos terrenos necessários à expansão da fábrica da Citroen de Mangualde.
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Quinta-feira, Manuel Pinho fez um apelo para que sejam disponibilizados «rapidamente» os terrenos necessários à expansão da fábrica, pertencente ao grupo francês PSA, evitando assim a sua deslocalização para Marrocos.
Em declarações à Agência Lusa, o deputado eleito pelo círculo de Viseu, que é vice-presidente da Comissão de Assuntos Económicos, disse que «o CDS/PP considera inadmissível» que, um ano após notícias idênticas sobre a possibilidade de a unidade de Mangualde fechar por falta de terrenos para a expansão, «nem a Câmara, nem o Governo tenham feito o que era necessário» para resolver o problema.
Lamentou que o ministro tenha aparecido quinta-feira a falar do assunto «não como bombeiro, mas como incendiário», lembrando que a não resolução do problema «põe em causa uma empresa que é estruturante para todo o distrito», onde trabalham cerca de 1.400 pessoas.
Hélder Amaral deu razão à comissão sindical da empresa que, quinta-feira à noite, acusou Manuel Pinho de pretender «lavar as mãos» como Pilatos, porque, segundo o trabalhador Jorge Abreu, «é a ele que compete em primeiro lugar decidir o que fazer em Mangualde».
O deputado considerou que, se a fábrica for mesmo deslocalizada, «a culpa não é da empresa, mas do Governo e da autarquia, que têm de criar condições não só para as empresas se estabeleceram, mas também para permanecerem».