Caracterizada por uns como arte de intriga cortesã e por outros como método filosófico essencial ao debate público, a retórica é o tema de uma obra assinada por Michel Meyer, Manuel Maria Carrilho e Benoît Timmermans.
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«História da Retórica» tem lançamento previsto para quinta-feira no Instituto Franco-Português, em Lisboa, sendo apresentada por Manuel Maria Carrilho e Michel Meyer, que coordenou em França a edição original da obra e agora se desloca a Lisboa para esta sessão.
Dos gregos à actualidade, aquela que, segundo a editora Temas e Debates, «é a primeira história da retórica a ser editada em Portugal», analisa a evolução da disciplina nos seus vários aspectos e estuda as suas várias influências sobre o mundo.
Da retórica literária à usada na publicidade, passando pelas formas de argumentação e persuasão utilizadas na política, na religião ou no direito, esta «arte» trata o modo como os homens comunicam e se opõem uns aos outros, procurando seduzir ou convencer.
Neste livro são diversas as abordagens escolhidas pelos três autores: de Cícero à hermenêutica, de Platão à nova retórica de Perelman, de Quintiliano a Port-Royal, de Aristóteles à problematologia.
As ideologias, filosofias e estruturas da retórica são aqui analisadas, bem como a expressão desta disciplina no pensamento de Francis Bacon, Thomas Hobbes, Blaise Pascal, S. Toulmin, K. Burke e Habermas, entre muitos outros pensadores.
Michel Meyer ensina Retórica na Universidade de Bruxelas e é director da «Revue Internationale de Philolosophie» e da colecção «L'interrogation Philosophique».
Manuel Maria Carrilho é professor de Filosofia Contemporânea na Universidade Nova de Lisboa e foi ministro da Cultura entre 1995 e 2000.
Benoît Timmermans é membro do Fonds National de la Recherche Scientifique e trabalha no Centre Européen pour l'Étude de l'Argumentation da Universidade de Bruxelas.