As igrejas maioritárias na Alemanha, a católica e a evangélica, reiteraram hoje nas mensagens natalícias o repúdio pela clonagem de embriões e pela manipulação genética, bem como pela eutanásia activa.
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O presidente da Conferência Episcopal Alemã, bispo Karl Lehman, alertou na catedral de Mainz contra os interesses científicos e económicos que «ameaçam a dignidade humana, especialmente no princípio e no fim da vida».
O prelado, que se referia à recente aprovação da clonagem de embriões com fins terapêuticos pelo parlamento britânico e à eutanásia activa, declarou que «o não nascido é declarado indesejado e não recebe autorização de entrada na família humana».
O mesmo tom foi usado pelo bispo evangélico da Baviera, D. Johannes Friedrich, dizendo que a vida humana «não é nem um produto que se fabrica nem um produto que se mata ou destrói».
Por outro lado, o presidente da Igreja Evangélica alemã, bispo Manfred Kock, criticou a falta de difusão pelos meios de comunicação social de casos que traduzam solidariedade e amor ao próximo.
«Não há títulos de imprensa sobre quem durante meses ou anos cuida de parentes doentes ou sobre aqueles que consideram sagrada a vida de uma criança deficiente e decidem trazê-la ao mundo e cuidar dela», disse.
Lehman, autoridade máxima da Igreja Católica alemã, reforçou o tom de crítica usado sábado, quando declarou «funesta» a clonagem de embriões.
A decisão britânica constitui uma «rotura ética», disse, apelando para que as autoridades alemãs respeitem os «deveres especiais que os alemães têm» na defesa da vida e lembrando que a legislação garante a protecção dos embriões.
O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, é a favor da revisão da legislação, para prevenir impedimentos da investigação genética com base em limitação «ideológica».
O ministério da Saúde da Alemanha apresentou em fins do mês passado o esboço de um novo projecto de lei, mantendo a proibição do uso de embriões para obtenção de outras células embrionárias, mas autorizando a sua compra ao estrangeiro para uso no país.