Os Açores vão acolher três estações de monitorização de radioactividade, a implantar no âmbito do tratado internacional de abolição dos testes nucleares, anunciou, na terça-feira, em Ponta Delgada, o ministro da Ciência e da Tecnologia.
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José Mariano Gago, ministro da Ciência e da Tecnologia, revelou que as estações de rádio-nuclídeos, infra-som e rádio-acústica serão instaladas nas ilhas de São Miguel e Flores.
Sem especificar uma data para a sua instalação, o ministro salientou que a sua implantação decorre da necessidade de verificar o cumprimento do tratado internacional de abolição de testes nucleares, de que Portugal foi um dos subscritores.
José Mariano Gago justificou a escolha dos Açores com razões de natureza política e científica, uma vez que o Governo se bateu para que as estações fossem instaladas em Portugal e o arquipélago é uma das regiões geográficas com as condições necessárias ao projecto.
Em conferência de imprensa, Mariano Gago anunciou também que o navio oceanográfico automático «Caravela», um protótipo da responsabilidade de duas empresas e de dois institutos públicos, vai iniciar os testes de mar no início do próximo ano.
Segundo Mariano Gago, o «Caravela», em que o seu Ministério investiu 1,5 milhões de euros (300 mil contos) integra-se num projecto de investigação industrial, com vista à comercialização de navios do género autónomos para o mercado internacional.
Ao salientar que os testes previstos determinarão a viabilidade do projecto, Mariano Gago adiantou que uma embarcação oceanográfica sem tripulação permitirá uma redução significativa dos custos de cada expedição, o que implicará uma «profundíssima alteração» nas instituições ligadas ao sector.
Parte dos testes de navegabilidade e operacionalidade do «Caravela» serão realizados nos mares dos Açores, disse o ministro.