As pontes em Portugal representam um impacto negativo na economia de cinco mil milhões de euros. A estimativa é do professor da Universidade Autónoma, Luís Bento, que alerta para a necessidade de debater o tema.
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Em Portugal, não há estudos sobre a matéria, mas o investigador Luís Bento, especialista em Recursos Humanos, garantiu que o impacto das pontes na economia é «brutal».
«Durante este ano, 40 por cento dos dias serão de lazer; portanto, vai haver um efeito brutal sobre a economia», considerou Luís Bento, em declarações à TSF.
No entender do responsável, «os efeitos directos e indirectos sobre a economia, por força das pontes e dos feriados, deverá ter um impacto negativo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto e(PIB) entre os 2,5 e três por cento».
Desta forma, Portugal deixará de ganhar 4,8 mil milhões de euros.« Vamos deixar de criar riqueza, exclusivamente, por efeito de não se trabalhar», alertou.
Luís Bento sublinhou ainda que, durante o lazer, a riqueza também pode ser criada nas compras ou em viagens, sendo, no entanto, «insuficiente».
Por considerar que as perdas para a economia são elevadas, Luís Bento defendeu que chegou o momento de Portugal debater a questão dos feriados.
UGT admite dabate entre os parceiros sociais
Confrontado com esta questão, o secretário-geral da UGT, admitiu à TSF que a matéria possa vir a ser debatida entre os parceiros sociais.
Ainda assim, João Proença sublinhou que «Portugal é dos países onde o problema é menos preocupante».
Já do lado das confederações patronais, José António Silva, da Confederação do Comércio, defendeu que acabar com as pontes pode ser «contraproducente».
«De uma forma geral, se obrigarmos os trabalhadores a trabalhar nestes dias, o nível de produtividade vai tornar-se muito baixo, pelo que, provavelmente, será um erro», disse.
No entanto, José António Silva defendeu a ideia de que as pontes deveriam ser discutidas pelos parceiros sociais logo no início de cada ano.