O indicador de confiança dos consumidores portugueses deteriorou-se em Janeiro pelo sétimo mês consecutivo, atingindo o nível mais baixo desde Setembro de 2005. Também o indicador de clima económico em Portugal recuou no mês que agora termina e atinge o nível mais baixo desde Março de 2007.
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O indicador de clima económico em Portugal recuou em Janeiro pelo segundo mês consecutivo, fixando-se em 0,8 por cento, o nível mais baixo desde Março de 2007, indicou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.
O agravamento do indicador de clima económico deve-se às perspectivas mais desfavoráveis dos empresários do comércio e dos serviços, contrariada por uma melhoria das opiniões na indústria transformadora, assim como na construção e obras públicas.
O indicador de confiança dos consumidores deteriorou-se em Janeiro pelo sétimo mês consecutivo, devido ao comportamento negativo de todas as suas componentes, situando-se em menos 41,4 por cento em média móvel de três meses, o nível mais baixo desde Setembro de 2005.
Tal como nos dois meses anteriores, as componentes que apresentaram os contributos negativos mais significativos para a evolução do indicador foram as perspectivas dos consumidores quanto à evolução da situação económica do país e quanto à evolução da situação financeira do seu agregado familiar.
O valor mensal do indicador de confiança dos consumidores situou-se em menos 44,4 por cento em Janeiro, 3,6 pontos percentuais abaixo do valor de Dezembro.
No inquérito trimestral aos consumidores, as opiniões sobre a compra de automóvel ou realização de grandes gastos com a habitação situaram-se no último trimestre de 2007 em mínimos históricos das respectivas séries, enquanto as perspectivas de compra de casa recuperaram ligeiramente do mínimo histórico verificado no terceiro trimestre.
O indicador de confiança da indústria melhorou ligeiramente nos três meses terminados em Janeiro, para menos 1,7 por cento, sobretudo devido à forte diminuição de existências de produtos acabados, assim como ao desagravamento das perspectivas de produção, enquanto as opiniões sobre a procura global apresentaram uma deterioração intensa, o mesmo acontecendo com a produção actual, que atingiu o valor mínimo desde Abril de 2006.
As expectativas de emprego na indústria agravaram-se em Janeiro.
O valor mensal do indicador de confiança na indústria baixou em Janeiro, para menos 0,2 por cento.
O indicador de confiança na construção e obras públicas melhorou no trimestre concluído em Janeiro, para menos 42,3 por cento, uma tendência também observada no valor mensal do indicador.
No comércio este indicador deteriorou-se nos três meses terminados em Janeiro, para menos 6,2 por cento, devido à evolução negativa no comércio por grosso, para menos 4,9 por cento, um mínimo desde Julho de 2006, contrariando a recuperação no comércio a retalho, que melhorou para menos 7,8 por cento, um máximo desde Maio de 2005.
No entanto, o valor mensal do indicador piorou fortemente no comércio a retalho, passando de menos 4,6 por cento em Dezembro para menos 8,1 por cento em Janeiro.
A confiança dos serviços agravou-se nos três meses terminados em Janeiro, fixando-se em 10,9 por cento, devido à evolução negativa das perspectivas da procura e das opiniões sobre a actividade, apesar da melhoria da carteira de encomendas.