No domingo vai ser publicado «Darnkness in El Dorado», um livro de um jornalista norte-americano que denuncia uma experiência macabra levada a cabo por antropólogos que redundou na morte de milhares de indígenas venezuelanos.
Corpo do artigo
O último livro do jornalista Patrick Tierney, «Darkness in El Dorado» relata a história macabra de um grupo de cientistas norte-americanos que infectou uma tribo de índios venezuelanos com sarampo para estudar os efeitos da selecção natural nas sociedades primitivas. O resultado foi centenas ou milhares de indígenas mortos.
O livro de todas as revelações vai ser publicado no domingo e faz acusações directas ao coordenador do projecto levado a cabo nos anos 60 entre o povo venezuelano denominado Yanomani, o cientista James Neel, que faleceu no passado mês de Fevereiro.
O processo que conduziu à história agora publicada em livro começou pela utilização de uma vacina de sarampo virulento que resultou numa epidemia de grandes dimensões. Confrontados com a situação, a equipa de investigação «recusou providenciar qualquer assistência médica aos Yanomani doentes e moribundos, sob ordens explícitas de Neel», afirma o autor no livro.
«Ele insistiu com os colegas que a sua presença servia apenas para observar e registar a epidemia, devendo manter o seu papel de cientista e recusando assistência médica», acrescenta Tierney.
Agora, a polémica está instalada e uma ronda de esclarecimentos está agendada para Novembro, na reunião anual da Associação de Antropologia Americana. Os restantes cientistas da equipa de Neel ainda não se pronunciaram sobre o assunto mas terão então oportunidade de defender o seu trabalho.
A agravar o comportamento bem pouco ortodoxo dos cientistas está o facto de o processo ter sido alegadamente financiado pela comissão de energia atómica norte-americana, numa experiência para averiguar os efeitos possíveis de perda de vidas dentro de uma comunidade devido a uma guerra nuclear.