O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, dá as boas-vindas ao euro, destacando o rigor necessário nas contas públicas e a ajuda que dará à economia nacional, nomeadamente com a baixa na taxa de inflação.
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Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, deu as boas-vindas à moeda única europeia, que entra em vigor a 1 de Janeiro de 2002.
Sobre o euro, destacou o seu papel na ajuda ao relançamento da economia portuguesa, mas destacou que a adaptação a uma nova divisa será o mais fácil em todo o processo, que vai exigir um grande rigor e um esforço nacional nas contas públicas, assim como um aumento de produtividade.
O governador do Banco de Portugal considerou que a preparação foi feita com tempo e ponderação pelo que não há motivos para preocupações. O período de circulação legal das duas moedas, o euro e o escudo, vai permitir à população que não encontre dificuldades, defendeu, em conferência de imprensa, no Banco de Portugal.
No entanto, Vítor Constâncio deixou alguns conselhos para os primeiros dias.
«Nos primeiros dias as pessoas devem evitar fazer pagamentos mistos, parte em escudos, parte em euros, os pagamentos de pequenas quantias devem ser pagos com montantes exactos. Os comerciantes devem procurar dar trocos apenas em euros», apelou Vítor Constâncio.
Inflação baixa em 2002
Sobre a economia nacional, Constâncio sublinhou que a inflação vai baixar significativamente e «já nos primeiros meses de 2002».
Da parte do Governo, o ministro das Finanças, Guilherme d'Oliveira Martins, destacou também a necessidade de rigor nas contas públicas, mas mostrou-se agradado com as novas oportunidades que se vão abrir e com a possibilidade de limpar e equilibrar as contas públicas.
Como forma de celebração da entrada em vigor de uma nova divisa em Portugal, o Banco de Portugal elaborou um livro intitulado «A História do Escudo», sobre todo o historial do escudo, desde que foi criado até à sua substituição pelo euro.
O Governo anunciou também a criação de uma conta poupança-habitação, no valor de 50 euros, para todas as crianças portuguesas nascidas a 1 de Janeiro de 2002.