Os inquilinos consideram que o Plano Estratégico de Habitação poderá vir a ajudar a resolver muitos dos actuais problemas do sector do arredamento. Já os mediadores imobiliários lembram os problemas relacionados com a confiança no mercado habitacional.
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O presidente da Associação Lisbonense de Inquilinos aplaudiu a aposta no arrendamento defendida no Plano Estratégico de Habitação que concluiu que foram construídas demasiadas casas em Portugal nos últimos anos.
Ouvido pela TSF, Romão Lavadinho explicou que este documento «pode vir a ajudar a resolver muitos problemas da habitação e a colocar no mercado de arrendamento prédios e fogos que não estavam nesse sentido».
«A questão de quer o Estado e o Governo, quer as autarquias poderem adquirir fogos e prédios que estejam degradados ou em condições de poderem ser utilizados e serem postos no mercado de arrendamento parece uma posição positiva», acrescentou.
Romão Lavadinho recordou que, na situação actual, uma pessoa é praticamente obrigada a comprar casa, uma vez que os preços dos arrendamentos são demasiado altos para serem suportados pela maior parte dos portugueses.
Por seu lado, o presidente da Associação de Profissionais de Empresas de Mediação Imobiliária (APEMI) admitiu que este estudo é interessante, contudo, apontou alguns defeitos ao Plano Estratégico de Habitação.
«Há um problema de raiz que tem a ver com o problema da confiança de mercado. Sabemos que esse volume de casas que se encontram degradadas só existem virtualmente», recordou José Macedo.
Por outro lado, o presidente da APEMI lembrou ainda os problemas levantados por aqueles que arrendam uma casa e que só pagam os dois primeiros meses, problemas agravados pela pouca celeridade da justiça.
«Para que os proprietários das casas acreditem nesta solução, acho mesmo que tem de haver uma solução muito grande», acrescentou José Macedo, que se referia ao facto de estas pessoas conseguirem ficar nas casas até quatro anos sem pagar.