A internet, afinal, também tem coração. No princípio desta semana, a rede das redes sofreu um ataque cardíaco.
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Eram cinco da tarde, na passada segunda-feira. Não as «cinco de la tarde» imortalizadas por Garcia Lorca, mas simplesmente as cinco da tarde na costa leste dos EUA.
Durante uma hora, o coração da internet esteve debaixo de um autêntico bombardeamento de mensagens. O objectivo era desactivar a Internet em larga escala, atingindo os treze servidores responsáveis pela manutenção do sistema de domínios.
O ataque, com a designação técnica de «distributed denial of service», congestionou o tráfego on-line, mas falhou ao tentar desactivar a internet.
O governo americano já confirmou tudo e até garantiu que tinham começado as investigações ao ataque coordenado de segunda-feira. Embora não negando, os porta-vozes do executivo não deram muito crédito à ideia de que a acção teria sido organizada por ciberterroristas.
É que a história tem mostrado que muitos ataques como este vieram, na realidade, da comunidade de hackers. Mas que foi um ataque organizado, isso foi.
Não é assim, sem mais nem menos, que se tenta criar dificuldades ao chamado DNS. É que o DNS é o sistema responsável por converter os complexos códigos dos protocolos da internet, em palavras e nomes que toda a gente entende e que compõem os endereços de e-mail e dos sites. O sistema depende dos servidores, de forma a responder aos computadores de todo o mundo dando informações de como chegar aos domínios na internet.
De acordo com o site britânico NewScientist.com, dez dos treze servidores DNS estão localizados nos EUA, enquanto outros três são mantidos noutros países.
Para quem tinha a ideia de que a estrutura física da internet era robusta e indestrutível, este ataque lançado ao coração da Net pode assustar um bocado. Mas o certo é que ele resistiu, e parece que a multidão de cibernautas que dele dependem nem deram por nada.
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