A Procuradoria-geral da República está a investigar quatro das cinco empresas ligadas ao consórcio vencedor do concurso para a criação do SIRESP. A investigação terá tido como objectivo saber se existiu tráfico de influências e acesso indevido a informação privilegiada.
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Quatro das cinco empresas que integram o consórcio vencedor do concurso para a criação do Sistema Integrado das Redes de Segurança e Emergência em Portugal (SIRESP) estão a investigadas pela Procuradoria-geral da República.
Segundo a imprensa, na passada quinta-feira a Polícia Judiciária procedeu a buscas nestas quatro empresas, após ordem do Procurador-geral adjunto Azevedo Maia, que tiveram como objectivo saber se existiu tráfico de influências e acesso indevido a informação privilegiada.
Um dos alvos desta investigação foi a empresa líder deste consórcio, a Sociedade Lusa de Negócios, que é presidida pelo ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo de Cavaco Silva, Oliveira e Costa, e à qual o antigo ministro da Administração Interna, Dias Loureiro, continua ligado, noticia o «Público».
A Datacomp, a Motorola e a Esegur, esta última uma empresa de segurança do grupo Espírito Santo e da Caixa Geral de Depósitos, também estão a ser investigadas, ao passo que a PT Venture foi a empresa que ficou de fora das investigações.
A assinatura da adjudicação deste concurso foi feita pelos antigos ministros Daniel Sanches (Administração Interna) e Bagão Félix (Finanças), três dias antes das legislativas de 2005 e numa altura em que o governo liderado por Santana Lopes estava em gestão corrente.
Três meses depois da vitória do PS nestas eleições, a adjudicação do negócio foi considerada nula, mas os actos do concurso anteriores à assinatura foram considerados válidos pelo actual ministro da Administração Interna, António Costa, uma decisão baseada num parecer do conselho consultivo da Procuradoria-geral da República.