A descodificação do genoma humano e o desenvolvimento da proteómica, a ciência que estuda as proteínas, vai acelerar o ritmo das descobertas contra o cancro, ainda neste século.
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A investigação contra o cancro nos últimos anos e os seus consequentes progressos, levam os oncologistas a acreditar que a batalha pode ser vencida no século XXI.
Com a descodificação do genoma humano e os avanços da biologia molecular abriram-se novas portas aos investigadores, afirmaram vários especialistas durante o 37º congresso anual da Sociedade Norte-americana de Oncologia Clínica (ASCO), que terminou hoje em São Francisco na Califórnia.
Brian Druker, director do Instituto do Cancro de Oregon está convicto de que a esperança de vencer o cancro é real. Salienta a possibilidade de, num futuro próximo, se poder identificar todos os fenómenos moleculares patogénicos em todos os tipos de cancro e ainda a capacidade de produzir medicamentos de ataque e prevenção da doença.
Brian Druker é o «pai» do Glivec (STI-571), a pílula anti-cancro que recentemente recebeu autorização de comercialização no mercado norte-americano.
Fruto de uma nova estratégia de luta contra o cancro, este primeiro medicamento consiste no ataque especifico das proteínas que se desregulam no interior das células cancerosas causando a sua proliferação anormal, poupando as células sãs.
Richard Klausner, director do Instituto Nacional Norte-americano do Cancro, explicou que pela primeira vez, os investigadores possuem as ferramentas necessárias para sondar a anatomia molecular das células tumorais e detectar as proteínas que provocam o cancro.
Hoje, com os processos já existentes, um cancro em cada dois é curável.