Um caso de acidente no Itinerário Principal 4 em que o estado das vítimas exija assistência médica imediata no local, não tem resposta na região transmontana por falta de meios adequados a este tipo de situação.
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Um sinistrado no IP 4 ou em qualquer outra via da região de Trás-os-Montes, assim como qualquer emergência médica, tem que aguardar a chegada ao hospital mais próximo do local da ocorrência para receber os cuidados adequados.
As ambulâncias do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) distribuídas pelas diversas corporações de bombeiros da região acorrem às chamadas, mas apenas com o material mínimo, um bombeiro motorista e, às vezes, um tripulante.
A «emergência médica» tem necessariamente que percorrer diversos quilómetros até à unidade de saúde mais próxima porque não existe nesta região uma ambulância de socorro imediato, especialmente equipada e com para-médicos ou equipas, com a formação necessária, capazes de dar a resposta adequada, no local.
«Os meios não chegam», segundo o governador civil de Bragança, Júlio Meirinhos, que disse à Lusa estarem em curso conversações com a sub-região de Saúde, os centros de Saúde, as câmaras municipais e bombeiros, no sentido de se encontrar um solução, no que se refere ao Distrito de Bragança.
O objectivo é, entre todas as entidades envolvidas, «concertar uma forma de fazer o socorro e atendimento de maneira mais rápida e operacional para as populações», afirmou Júlio Meirinhos.
Até ser definida esta estratégia, as «emergências médicas» da região contam apenas com a formação dos bombeiros para desencarceramento de vítimas de acidentes e prestação dos primeiros socorros.
«Alguns dos bombeiros de ambulâncias têm formação adequada para estabilizar a vítima e proceder correctamente à sua evacuação», assegurou o inspector Vaz Pinto, do Centro de Coordenação Operacional do Distrito de Bragança.
De acordo com o inspector, «no eixo do IP4, existem também dois médicos bombeiros- um em Bragança e outro em Mirandela- que fazem o acompanhamento dos doentes das ambulâncias via rádio e, se for necessário, deslocam-se ao local do acidente».
Outro projecto que está em curso no país e há-de chegar a Bragança é o «Centro de Orientação de Doentes Urgentes» que consiste na permanência de pessoal especializado para acompanhar e encaminhar as emergência via telefone.
«Prefiro dizer que o que tem estado no terreno e o esforço dos bombeiros não pode ser responsabilizado por ter havido problemas em termos de atendimento», disse o governador civil, questionado sobre as possíveis consequências da falta de assistência rápida às emergências
que ocorrem na região.