O Irão reiterou o desejo de avançar com a conversão de urânio em Isfahah, continuando a sustentar que este é um direito seu. Apesar de terem advertido a Europa para não ameaçar Teerão, os iranianos dizem não querem parar as negociações.
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O Irão não está muito preocupado com o facto de a sua intenção de retomar a conversão de urânio ter sido levada ao Conselho de Segurança da ONU, uma afirmação do ministro Kamal Kharrazi que surge um dia depois da recusa iraniana das propostas europeias.
«A proposta europeia não tem valor. Insistimos nos nossos direitos e decidimos recomeçar as nossas actividades em Isfahan como primeiro passo das nossas medidas. Mas isto não significa que paramos as nossas negociações com a Europa», explicou o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros citado pela televisão estatal.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do MNE iraniano justificou a rejeição da proposta europeia, inscrita num documento de 34 páginas, com o facto de esta não reconhecer o direito dos iranianos a enriquecerem o urânio.
«Sugiro que os europeus evitem uma linguagem de ameaça. A única forma de procederem é encorajarem o Irão e respeitarem os seus direitos», continuou Hamid Reza Asefi.
No sábado, o novo primeiro-ministro iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que se espera poder vir a adoptar uma posição mais dura nas negociações, já tinha dito que não se deixaria intimidar pelas ameaças vindas da Europa.
«Não aceitaremos nada que viole os direitos da nossa nação, este é um princípio irrevogável da nossa política. Queremos a paz e a justiça para todos, mas o que pretendem certos países quando falam de paz é a submissão das outras nações, usando a ameaça para atingir os seus fins», disse então.