O novo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, pretende continuar as negociações com a União Europeia sobre a questão nuclear, mas em termos diferentes dos actuais, noticiou a agência iraniana ISNA.
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«Estamos prontos para continuar as negociações, tenho iniciativas e novas propostas que vou anunciar depois da formação do governo», prevista para os próximos dias, afirmou o presidente iraniano.
Esta declaração terá sido feito numa conversa telefónica que manteve segunda-feira à noite com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
«Queremos prosseguir as negociações, mas no âmbito das regras da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA, organismo da ONU que controla a proliferação nuclear)», acrescentou.
Ahmadinejad rejeitou ainda como «um insulto ao povo iraniano» as propostas de cooperação apresentadas sexta-feira pelos europeus para convencer o Irão a renunciar às suas actividades nucleares.
«Os europeus falam como se o povo iraniano fosse um povo atrasado, como se ainda estivéssemos no século passado, quando eles dominavam o nosso país», declarou.
A União Europeia (UE) apresentou sexta-feira uma proposta de acordo em que reconhece o «direito inalienável» do Irão «à utilização pacífica da energia nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação».
Em 34 páginas, Alemanha, França e Grã-Bretanha, os três países mandatados para negociar em nome dos 25, propõem uma cooperação alargada com o Irão, em troca da garantia de que Teerão renunciará ao
A AIEA iniciou esta terça-feira, em Viena, uma sessão extraordinária do Conselho dos Governadores (órgão executivo), um dia depois de o Irão ter retomado a conversão de urânio.
Depois de 18 anos em que o Irão manteve estas suas actividades secretas, os ocidentais consideram que a conversão e o enriquecimento de urânio - processos que permitem produzir o combustível necessário às centrais nucleares de produção de energia, mas que também pode ser utilizado para fins militares - representam um risco de proliferação nuclear.
«O reinício da conversão na central de Isfahan corresponde à vontade do povo e não constitui, de forma alguma, uma acção ilegal e Unilateral», concluiu Ahmadinejad.